A Polícia Judiciária (PJ) de Évora deteve, na madrugada desta sexta-feira, 13 de outubro de 2024, dois homens suspeitos de envolvimento em crimes de extrema violência na região. Os suspeitos, com idades entre 27 e 32 anos, são acusados de pertencer a um grupo criminoso que estaria a operar em várias localidades do Alentejo, perpetrando crimes como assaltos à mão armada, sequestros e agressões. A operação policial, que culminou nas detenções, foi resultado de uma investigação que durou vários meses e que contou com a colaboração de diversas forças de segurança.
De acordo com o comunicado emitido pela PJ, os dois detidos são considerados elementos de alta periculosidade, com antecedentes criminais, e estavam a ser monitorizados devido ao seu envolvimento em atividades criminosas que visavam, principalmente, estabelecimentos comerciais e residências isoladas. A operação foi executada de forma cirúrgica, evitando confrontos mais graves, e resultou na apreensão de várias armas de fogo, munições e outros objetos que teriam sido utilizados nos crimes.
Investigação Detalhada
As detenções são o culminar de uma investigação longa e complexa, coordenada pela Diretoria do Sul da Polícia Judiciária. A investigação foi iniciada no início de 2024, após uma série de assaltos violentos na região de Évora e arredores, que alarmaram a população local. Estes crimes eram caracterizados por um elevado nível de brutalidade, com as vítimas sendo frequentemente agredidas e ameaçadas de morte. Além disso, em alguns casos, os criminosos utilizavam armas de fogo para intimidar as vítimas.
As forças de segurança intensificaram a sua vigilância após o aumento do número de crimes com características semelhantes. Os investigadores da PJ conseguiram traçar um perfil dos suspeitos e estabelecer uma ligação entre eles e os crimes em investigação, utilizando recursos tecnológicos e técnicas de vigilância avançadas.
“Estamos perante indivíduos que demonstraram um elevado grau de organização e frieza na execução dos seus atos. A forma meticulosa como escolhiam os alvos e a violência empregada tornaram este caso prioritário para a PJ”, afirmou um porta-voz da Polícia Judiciária durante uma conferência de imprensa realizada em Évora após as detenções.
Apreensão de Armas e Provas
Durante as buscas realizadas em vários locais associados aos suspeitos, a PJ apreendeu um vasto arsenal de armas de fogo, incluindo pistolas e caçadeiras, que, segundo as autoridades, foram utilizadas em vários dos crimes sob investigação. Foram igualmente apreendidos dispositivos eletrónicos, joias e dinheiro em numerário, provenientes dos assaltos.
As autoridades estão agora a investigar se este grupo está ligado a outros crimes violentos que ocorreram noutras regiões do Alentejo e do país. Não se descarta a possibilidade de mais detenções nos próximos dias, à medida que a investigação avança e novas provas são analisadas.
Reação da População
A operação foi amplamente elogiada pela população local e pelas autoridades civis. A comunidade de Évora, que viveu momentos de grande preocupação e insegurança devido à onda de crimes violentos, sente-se agora aliviada com a ação das autoridades.
“Já não nos sentíamos seguros, principalmente depois do aumento dos assaltos nas últimas semanas. Saber que estes indivíduos foram detidos traz-nos um pouco de paz”, afirmou Ana Cardoso, proprietária de um estabelecimento comercial em Évora, uma das áreas mais afetadas pelos crimes. “A polícia fez um grande trabalho, mas esperamos que isto leve a uma redução significativa deste tipo de criminalidade na nossa região”, acrescentou.
A Câmara Municipal de Évora também emitiu uma nota pública, agradecendo o trabalho da PJ e das forças de segurança envolvidas na operação. “O esforço conjunto das autoridades demonstrou que a segurança dos cidadãos continua a ser uma prioridade. A Câmara está disponível para colaborar em tudo o que for necessário para manter a tranquilidade e o bem-estar da nossa comunidade”, lê-se no comunicado.
Contexto Criminal em Évora
Nos últimos meses, Évora, uma cidade historicamente pacata, registou um aumento significativo de crimes violentos, especialmente em áreas mais isoladas. Este crescimento na criminalidade, especialmente no que diz respeito a assaltos violentos e roubos a estabelecimentos comerciais, levou as autoridades a reforçarem a sua presença e intensificarem as investigações na região.
A PJ tem alertado para a crescente sofisticação dos grupos criminosos que operam em zonas rurais, aproveitando a distância das grandes áreas metropolitanas para planearem e executarem crimes com menor risco de serem capturados imediatamente. No entanto, as autoridades garantem que estão a acompanhar a evolução destes fenómenos e têm intensificado as operações de combate ao crime organizado em várias regiões do país.
Próximos Passos
Os dois suspeitos detidos foram presentes ao Tribunal de Évora para o primeiro interrogatório judicial, tendo-lhes sido aplicada a medida de coação mais gravosa: prisão preventiva. O processo judicial seguirá os trâmites legais, com os arguidos a enfrentarem acusações de vários crimes, incluindo roubo, sequestro e posse ilegal de armas.
A PJ continua as investigações, na tentativa de desmantelar completamente o grupo criminoso ao qual os dois detidos pertenciam, bem como de identificar possíveis cúmplices. As autoridades mantêm-se confiantes de que, com estas detenções, será possível reduzir significativamente o impacto da criminalidade violenta na região.