Governo Inaugura Obra do Novo Hospital de Todos os Santos em Lisboa

O Governo português, representado pelo primeiro-ministro António Costa e pela ministra da Saúde, Marta Temido, inaugurou hoje a obra do novo Hospital de Todos os Santos em Lisboa, uma das maiores e mais ambiciosas infraestruturas de saúde pública do país. Com um investimento de aproximadamente 700 milhões de euros, o novo hospital será uma referência na prestação de cuidados de saúde, não apenas na capital, mas em todo o território nacional.

Localizado na freguesia do Parque das Nações, o Hospital de Todos os Santos faz parte do Plano Nacional de Saúde e surge com o objetivo de substituir várias unidades hospitalares da cidade de Lisboa, incluindo o Hospital de São José, o Hospital Curry Cabral, o Hospital de Santa Marta e o Hospital Dona Estefânia. Segundo as autoridades, a centralização de serviços e especialidades permitirá uma maior eficiência na prestação de cuidados e um melhor atendimento aos utentes.

Estrutura e Capacidade do Novo Hospital

Com uma área de construção superior a 240 mil metros quadrados, o novo hospital terá 875 camas de internamento, 100 gabinetes de consultas externas e 19 salas de bloco operatório. Estima-se que a unidade hospitalar consiga atender cerca de 800 mil utentes por ano, abrangendo uma vasta gama de especialidades, incluindo oncologia, cardiologia, neurologia e pediatria.

A infraestrutura conta ainda com um heliponto para emergências médicas, que facilitará o transporte de doentes graves de outras regiões do país. O projeto inclui áreas dedicadas ao ensino e à investigação, reforçando a ligação entre o hospital e as universidades, como a Faculdade de Medicina de Lisboa. A integração de espaços para formação e pesquisa foi destacada pelo governo como uma das apostas para manter o país na vanguarda da ciência médica.

Tecnologia de Ponta e Sustentabilidade

A ministra da Saúde, Marta Temido, sublinhou durante a cerimônia de inauguração a importância do Hospital de Todos os Santos no contexto da modernização da rede hospitalar portuguesa. “Este hospital será um marco tecnológico, com equipamentos de última geração para diagnóstico e tratamento, incluindo a robótica e a inteligência artificial aplicadas à medicina”, afirmou a ministra. Os novos sistemas de gestão hospitalar também permitirão uma maior interoperabilidade entre os serviços, melhorando a comunicação entre os profissionais de saúde e acelerando o processo de atendimento aos pacientes.

Outro aspeto relevante do projeto é o seu enfoque em práticas sustentáveis. O hospital foi desenhado com princípios de eficiência energética, utilizando painéis solares e sistemas de reaproveitamento de água, o que reduzirá significativamente a pegada ecológica da infraestrutura. “É importante que a saúde caminhe lado a lado com a sustentabilidade”, acrescentou António Costa, ao destacar que o hospital terá certificação energética de classe A.

Impacto na População e na Rede de Saúde

A inauguração desta obra é vista como um alívio para a rede hospitalar de Lisboa, que tem sofrido com a sobrecarga de utentes nos últimos anos. O Hospital de São José, por exemplo, enfrenta dificuldades de espaço e de atualização de infraestruturas. A ministra Marta Temido afirmou que a centralização dos serviços no Hospital de Todos os Santos permitirá desafogar estas unidades, que têm sido alvo de críticas por parte de utentes e profissionais de saúde, devido à sobrelotação e à falta de condições.

O novo hospital também pretende reduzir os tempos de espera nas urgências, uma questão que tem sido recorrente nos últimos anos, especialmente durante os períodos de gripe sazonal e pandemias. O primeiro-ministro António Costa, durante o seu discurso, referiu que “os utentes de Lisboa e da região de Lisboa e Vale do Tejo poderão contar com uma resposta mais rápida e mais eficiente, sem a necessidade de se deslocarem a várias unidades para obter atendimento especializado.”

Reações e Expectativas

A inauguração da obra foi recebida com otimismo pela comunidade médica. O presidente da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, congratulou o Governo pela concretização deste projeto, mas sublinhou a importância de garantir que o hospital seja devidamente dotado de recursos humanos. “Não basta termos equipamentos de topo e instalações modernas. Precisamos de assegurar que haverá médicos, enfermeiros e técnicos suficientes para manter os padrões de qualidade que o novo hospital se propõe a oferecer.”

A população local também expressou esperança de que o novo hospital possa melhorar o acesso a cuidados de saúde de qualidade. Vários utentes que atualmente recorrem ao Hospital de São José e ao Hospital Curry Cabral partilharam as suas expectativas de que o Hospital de Todos os Santos possa ser uma solução para as longas listas de espera e os tempos de resposta ineficientes que, há muito, afetam o serviço nacional de saúde na região.

Andamento das Obras e Prazos de Conclusão

Embora a inauguração da obra tenha sido realizada hoje, o novo Hospital de Todos os Santos só deverá estar totalmente operacional em 2027. As autoridades indicam que as obras estão a decorrer dentro do prazo, com cerca de 40% da construção já concluída. A ministra da Saúde destacou que o projeto, além de ser um dos maiores investimentos no setor da saúde em Portugal, é também um dos mais complexos a nível logístico.

Em relação ao financiamento da obra, o Governo esclareceu que parte significativa do custo será suportada pelo Orçamento do Estado, mas que fundos europeus, nomeadamente do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), também estão a ser utilizados para cobrir as despesas de construção e aquisição de equipamentos.