Na manhã desta terça-feira, 10 de outubro de 2024, um incidente inusitado ocorreu na cidade da Moita, no distrito de Setúbal, envolvendo um avião da Força Aérea Portuguesa (FAP) durante um exercício de treino. Durante a manobra, o avião libertou acidentalmente uma grande quantidade de tinta azul, que atingiu várias pessoas e veículos em plena via pública. O evento, que inicialmente gerou confusão e preocupação entre os moradores, foi rapidamente esclarecido pelas autoridades militares, que confirmaram tratar-se de um erro durante o treino.
A tinta azul, usada como parte de um exercício de simulação para treinar ataques aéreos em alvos fictícios, foi lançada sobre uma área residencial e comercial da Moita, afetando dezenas de pessoas que transitavam nas ruas no momento. O incidente, embora não tenha causado feridos, resultou em estragos materiais e transtornos para os moradores e trabalhadores locais, que viram os seus veículos e roupas manchados com a substância.
Reação imediata e esclarecimento das autoridades
Pouco tempo após o incidente, a Força Aérea emitiu um comunicado oficial pedindo desculpas à população afetada e explicando as circunstâncias que levaram ao erro. Segundo a FAP, o exercício fazia parte de um treino de rotina, em que aeronaves são usadas para simular ataques a alvos no solo utilizando substâncias inofensivas, como a tinta colorida, que normalmente deveriam ser lançadas sobre áreas controladas e isoladas.
No entanto, devido a um erro de cálculo na trajetória da aeronave e nas coordenadas do exercício, a tinta foi lançada acidentalmente sobre uma zona habitada, em vez de cair no local previsto para a simulação. A Força Aérea informou que está a investigar as causas exatas do incidente e que está a tomar medidas para evitar que situações semelhantes ocorram no futuro.
O porta-voz da Força Aérea, tenente-coronel Paulo Martins, fez questão de tranquilizar a população: “Queremos garantir que a tinta utilizada não representa qualquer perigo para a saúde humana ou para o ambiente. Trata-se de uma substância não tóxica, usada exclusivamente para fins de treino. Pedimos desculpa pelos inconvenientes causados e asseguramos que vamos investigar a fundo este incidente.”
Testemunhas relatam susto e confusão
Moradores e transeuntes da Moita relataram momentos de surpresa e confusão no momento em que a tinta azul começou a cair do céu. “Eu estava a caminhar para o trabalho quando de repente senti algo a pingar sobre mim. Olhei para cima e vi que eram gotas de tinta azul. Não fazia ideia do que estava a acontecer, foi assustador,” contou Ana Reis, uma residente local que teve a roupa e a mochila manchadas.
Outro morador, João Pereira, que estava a sair do supermercado quando foi atingido pela tinta, descreveu o momento como surreal: “Parecia algo saído de um filme. As pessoas nas ruas estavam a olhar umas para as outras, todas manchadas de azul. Alguns carros ficaram completamente cobertos. Foi um susto, porque ninguém sabia se era perigoso ou não.”
Os comerciantes da região também sofreram com o incidente. Vários estabelecimentos comerciais tiveram as fachadas e os toldos manchados pela tinta, resultando em prejuízos materiais. Um dos lojistas, Carlos Nunes, afirmou que o incidente interrompeu o movimento de clientes: “A rua ficou um caos, com as pessoas a tentar fugir da tinta. Tive de fechar a loja por algumas horas até tudo se acalmar. Agora, vou ter de limpar a fachada e ver se não houve danos permanentes.”
Ação de limpeza e reparação de danos
Imediatamente após o incidente, as autoridades locais e militares começaram a atuar na limpeza das áreas afetadas. Equipas da Proteção Civil foram enviadas ao local para ajudar na remoção da tinta das ruas, veículos e edifícios, enquanto a Força Aérea se comprometeu a assumir os custos de limpeza e reparação dos estragos materiais causados pelo acidente.
Em declarações aos jornalistas, o presidente da Câmara Municipal da Moita, Rui Garcia, lamentou o ocorrido, mas elogiou a rápida resposta das autoridades: “Foi um incidente infeliz, mas estamos gratos pela rápida ação das equipas de emergência e pela postura da Força Aérea em assumir a responsabilidade. Esperamos que a situação seja resolvida o mais rapidamente possível, com o mínimo de transtornos para os nossos cidadãos.”
A Força Aérea também disponibilizou uma linha de apoio para que os cidadãos afetados possam reportar os danos e pedir compensação. Segundo o comunicado da FAP, todas as queixas serão analisadas e tratadas individualmente, com o objetivo de assegurar que ninguém fique prejudicado pelos eventos.
Investigações em curso
Ainda que a Força Aérea tenha assumido a responsabilidade pelo erro, as investigações sobre o incidente continuam em curso. As autoridades militares estão a realizar uma análise detalhada do exercício para entender como ocorreu a falha e para evitar que algo semelhante volte a acontecer em futuros treinos.
De acordo com fontes militares, o exercício em questão faz parte de um programa de simulações de rotina que visam preparar as forças de defesa para operações reais. Tais treinos incluem o uso de substâncias coloridas não tóxicas para simular a marcação de alvos terrestres durante missões aéreas. No entanto, devido a um erro na navegação e no cálculo da área de treino, a substância foi despejada sobre a cidade da Moita em vez de ser lançada na área designada.
A Força Aérea garantiu que está a rever os protocolos de segurança e os processos de planeamento de exercícios para minimizar o risco de erros semelhantes no futuro. Além disso, as autoridades sublinharam que o incidente não representa qualquer ameaça à segurança pública e que os treinos continuarão a ser conduzidos de forma segura.